Fonte: FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas)
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro formalizou ontem (05) uma denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a TV Globo por demissão em massa de 19 jornalistas e radialistas e também por práticas antissindicais.
Foi “uma covardia com todos os trabalhadores! Além de caracterizar explicitamente uma prática antissindical e a tentativa de coibir os trabalhadores a participarem da assembleia”, diz o Sindicato em nota
Por lei, as empresas são obrigadas a fazer negociações coletivas com os sindicatos dos trabalhadores antes de promoverem demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras.
A TV Globo ignorou a decisão do STF. Além disso, anunciou as demissões em plena campanha salarial, um pouco antes e durante a assembleia geral dos trabalhadores realizada no início da tarde de ontem. Uma prática claramente antissindical.
Prática antissindical
Para a direção do Sindicato, os gestores da emissora foram covardes e tentaram desencorajar os trabalhadores e trabalhadoras a participar de uma assembleia relacionada a questões salariais. Isso é uma típica prática antissindical, caracterizada por toda e qualquer ação ou ato cuja finalidade é prejudicar, dificultar ou impedir uma ação sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Foi “um ato de truculência que envergonha a TV Globo! Uma covardia com todos os trabalhadores! Além de caracterizar explicitamente uma prática antissindical e a tentativa de coibir os trabalhadores a participarem da assembleia,” disse o Sindicato em nota publicada na noite desta terça.
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia as demissões e vai protocolar denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho contra a arbitrariedade e o inaceitável assédio moral no momento mais decisivo da campanha salarial, quando é apreciada a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva e os trabalhadores buscam reduzir perdas econômicas e assegurar melhores condições de trabalho”, segue a nota.
Na semana passada, o Sindicato já havia sido surpreendido com o aviso de que a empresa, “embora sólida financeiramente”, passaria por um processo de ajuste e, em consequência, promoveria “demissões pontuais” nos meses de abril e maio.
Na oportunidade, o sindicato manifestou posição contrária a processos de demissão em massa e cobrou informações sobre a quantidade e o perfil dos profissionais que seriam atingidos.
As informações não foram passadas e, diz o sindicato, “as demissões começaram de forma brutal, como poucas vezes aconteceu na empresa”.
Foram dispensados repórteres, produtores e editores da TV Globo e do g1 e também de radialistas.