A Jornalista Valquíria Santana, foi atropelada no domingo, (30) enquanto pedalava no bairro Vinhais, na capital, São Luís.
Os médicos constataram edemas e luxações na costela, joelho, no ombro e até na face. A comunicadora foi atropelada por uma psicóloga, por volta de 07h da manhã, horário e dia de pouca movimentação.
“A condutora só desceu do carro depois que a polícia chegou, tentou me culpabilizar, não se propôs a remover minha bike para um local seguro, nunca me ligou, banalizou o atropelamento e a minha vida” disse
Como de costume, Valquíria se deslocava para um encontro com grupo de pedal, utilizava todos os equipamentos de segurança. Os itens impediram que as lesões fossem maiores.
“Até quando vão nos matar nas ruas porque andamos de bicicleta? Em uma bike tem um pai, uma mãe, um filho, um irmão, um familiar meu ou seu. Não quero ser heroína; eu só quero continuar usando minha bicicleta e não morrer atropelada; usando a bike como meio de transporte, como veículo que só faz bem ao meio ambiente, que é uma solução para os problemas de mobilidade nas grande cidades” pontuou a jornalista.
Valquiria, é assessora no fórum desembargador Sarney e como grande incentivadora do uso da bicicleta, fez parte instalação do projeto “De bike ao trabalho” desenvolvido no fórum, em comemoração ao dia mundial sem carro, em setembro.
Como parte das ações de incentivo, a diretoria do Fórum Des. Sarney Costa instalou um bicicletário no estacionamento interno.
Valquíria diz ter sofrido também um abalo emocional e prejuízos financeiros com o acidente, em relato nas redes sociais, frizou a importância do meio de transporte e a necessidade do respeito as leis de trânsito.
“A bicicleta que muitas vezes é o único meio de transporte de muita gente, é uma atividade de lazer e aliada na saúde e qualidade de vida. Os países desenvolvidos estimulam o uso da bicicleta e até dão benefícios financeiros para quem vai ao trabalho de bicicleta. E o Brasil faz o que? Mata os ciclistas.” criticou.
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, no país, diariamente, são registradas em torno de sete mortes de ciclistas em acidentes de trânsito, o que reforça o cenário de risco sobre duas rodas.
“Isso já está normalizado no país. Os ciclistas mortos no trânsito são só estatísticas. Nossos motoristas não têm educação para conviver nas rua com outros veículos. A cidade não tem estrutura para nós e os governantes também não nos enxergam. Ciclovias? Para que?” finalizou Valquíria.
Em São Luís existe um coletivo de mulheres que pedalam, que lutam por políticas públicas, que defendem o direito legal de ocupar as ruas com as bicicletas, o “Pedal das Minas”. Além dos momento de lazer, o grupo levanta a bandeira do respeito as leis e luta pela mudança de políticas públicas incluam os ciclistas de forma respeitosa e de acordo com o CTB.
De acordo com o código Brasileiro de Trânsito, em seu artigo 29, os ciclistas têm prioridade sobre os veículos automotores e os pedestres têm prioridade sobre os ciclistas.
O CTB traz uma série de deveres e direitos de quem utiliza bicicletas.
Art. 201: deixar de guardar a distância lateral de 1,50m ao passar ou ultrapassar bicicleta, infração média e penalidade com multa;
Art. 220: deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito ao ultrapassar ciclista, infração grave e penalidade com multa;
Art. 170: dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública ou os demais veículos, infração gravíssima, penalidade com multa e suspensão do direito de dirigir, além de medida administrativa com retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.