Blog Andressa Miranda

Estagiários de Comunicação Social descrevem cenário preocupante em empresas situadas no Maranhão

“Pelo que vivi, vi que eles querem que o estagiário aprenda no mesmo dia que chega”

“A gente tem que se virar”

“Esperaram que eu fizesse tudo e depois me mandaram embora”

“Recebia elogios e acreditava que pela minha entrega, seria contratado em breve”

“Não consegui fugir do ass3di0 que sofri algumas vezes, isso não acontece só com mulheres”

“Ficaram me prometendo efetivação por 07 meses, nunca aconteceu!”

As frases acima, ditas por estagiários fazem parte de relatos que você vai ler na íntegra abaixo.

A dificuldade em ser Jornalista não começa quando o profissional é inserido no mercado. Bem antes, as intempéries já sobressaltam os olhos, provavelmente ainda românticos, de quem decidiu trilhar os caminhos da Comunicação Social.

Esta matéria traz relatos de estagiários, com suas dores e dissabores, na luta, muitas vezes solitária, para entrar no mercado e disputar uma vaga e para isto, antes ter que aprender a desenvolver a rotina em uma redação.
Os relatos revelam um cenário desanimador. Cada ponto foi dito por um estagiário, de tão parecidos, até parece terem sido escritos por uma só pessoa. Poderia, mas, não foi!

*Contém gatilhos

Por motivos totalmente ÓBVIOS, nenhum estudante será identificado. Fontes confiáveis e apuração minuciosa. Segue:


Estagiário, um estudante que vai trabalhar em uma empresa. SEMPRE! É assinado um acordo entre empresa e órgãos responsáveis pelo estagiário. Acordo este que prevê, como qualquer contrato, direitos e deveres de ambas as partes.

OPORTUNIDADES:

01 – “As redações de TV quase sempre davam somente a oportunidade de produtor para estagiários, hoje já conseguimos ver muitos estagiários tendo a oportunidade de desbravar outras funções. Eu sempre tive vontade de ir para externa, mas, me faltou oportunidade, ou talvez falta de interesse por parte da direção, talvez.
Apesar de tudo foi onde aprendi muita coisa, não só da profissão, mas também de relacionamento profissional.” diz a fonte.

DECEPÇÃO:

02 – “Descobri que estava um ambiente tóxico, onde havia pessoas que não respeitavam uns aos outros e tinha quem gostava de crescer para cima do estagiário, graças a Deus a minha personalidade forte sempre foi um escudo que intimidava esses abutres, mas, infelizmente eu não conseguia fugir de ass3dio que sofri algumas vezes, fiquei até chocado, porque sabia de alguns casos envolvendo mulheres, mas, eu homem, também vivi isto.
Ficava calado, estagiário né?”


COBRANÇAS:

03 – Em certo período, me ofertaram uma função diferente da que eu já exercia, sem deixar de ser estagiário, mas, com responsabilidade de profissionais, pra eles, seria tão vantajoso né?”


04 – “A gente tem que aprender no mesmo dia que chega, me senti meio que jogada, com o tempo a gente vai pegando as coisas, mas sabe que é difícil, eu acho que o estagiário ele acaba se disponibilizando 100% e não acho errado, a intenção em se disponibilizar é para aprender né?”


IMPORTÂNCIA DA AJUDA:

05 – “Conheci grupo de pessoas que me ajudou, tive oportunidade ímpar, cresci e segui meu caminho, ganhei visão profissional em mais de uma função”

FALSAS ESPERANÇAS:

05 – “De qualquer forma é um aprendizado, é para a vida, só que a expectativa é ficar para trabalhar, isso é muito difícil acontecer”


06 – “Certa vez o assediador no meio da redação, começou a falar de contratação para todos ouvirem e aí citou que eu seria. Lógico que sabendo disso, me dediquei mais ainda, trabalhei muito mais pensando em ganhar mais destaque, porque eu queria muito aquilo, pois tinha objetivos pessoais.
Com isso, chegava a aceitar ficar além do horário para ajudar em outras coisas, trabalhava até tarde em casa para antecipar demandas para o dia seguinte, porque as 6h de estágio não eram o suficientes.”


COBRANÇAS:

07 – “A cobrança tinha o mesmo peso de um profissional já formado, eu me dedicava para suprir essa necessidade que não era “minha”, mas, reconheço, que me ajudou a crescer.”

ELOGIOS:

08 – “Meus pais diziam: Tá ganhando pouco, tá trabalhando muito, cuidado!
Eu respondia: Sou apenas estagiário, mas acredito que minha contratação não vai demorar, estou mandando bem, recebo elogios e acredito que serei contratado em breve.”

09 – “É um processo de aprendizagem, já fiz cobertura e depois fiquei arrasada, quando foi na hora do reconhecimento, colocaram um profissional pra assinar. Para surpresa de quem menosprezou, meu trabalho foi reconhecido fora do estado”


HORA DE SAIR:

10 – “Me doei tanto para aquilo que foi me colocado a fazer, e na primeira oportunidade que encontraram me colocaram para fora como se eu fosse um cachorro, escorraçado sem me dizerem o motivo, e até hoje eu me pergunto, o que foi que aconteceu, o que eu fiz? Qual o motivo? Mandaram ir embora no meio do expediente, dizendo para eu pegar minhas coisas e sair naquele momento. Naquele dia eu tinha feito todo o serviço que era preciso, e aí fiquei: “Caramba, esperaram eu fazer tudo para mandar eu ir embora”.

11 – “Todo mundo sabe também que lá eles precisam de mais funcionários, mas a última estagiária contratada foi há 12 anos!!! Agradeço muito pela experiência que adquiri, mas bate uma certa chateação quando paro pra refletir.”

12 – “Após consolidar a minha rede de contatos e mostrar o meu
potencial, recebi um convite pra ir estagiar em outra empresa, ganhando um pouco mais, (Bolsa). Fui correndo… Sem pensar duas vezes.”

13 – “Estagiei em um local onde só fui explorada. Além de ficar muitas vezes de manhã até de madrugada, fazendo o trabalho de todos os profissionais contratados, ainda tinha que ir de domingo a domingo. Todos reconheciam meu valor, mas meu contrato terminou e só recebi um tapinha nas costas como agradecimento.”

14 – “Quando minha ficha caiu, eu entendi que o mundo nem sempre é colorido. Segui a vida! A experiência me ajudou a perceber ciladas e enxergar oportunidades concretas, mas o que falo para os estagiários de hoje: Se cuidem, não permitam serem explorados, não acreditem em promessas como moeda de troca.”


15 – Já me formei, mas vejo que não somos respeitados nem como estagiário, nem como profissional formado, como pessoa, etc. Precisamos que alguém enxergue tudo isso que muitas vezes é algo silenciado.”

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